Publicado: Quarta, 19 Fevereiro 2014 15:48
  Fonte: Portal ORM


O desenvolvimento da Amazônia depende mais do que de seus próprios arranjos produtivos. A elaboração de pesquisas científicas que apontem soluções para os problemas locais, com vista na logística, na economia, nas questões sociais e ambientais, por exemplo, ainda é um campo pouco explorado por profissionais da região. Conforme explica o coordenador do Grupo de Pesquisa MKT da Universidade da Amazônia (Unama), Emílio Arruda Filho, há uma inegável carência na área da pesquisa científica no Norte do Brasil, uma vez que os profissionais gabaritados filhos da região Amazônica conquistam, longe de casa, títulos como o de mestre ou de doutor, mas poucos retornam para colocar em prática o conhecimento adquirido. O resultado disso é a dificuldade em gerar estratégias voltadas, por exemplo, para as áreas de Gestão Estratégica para Sustentabilidade e Gestão Organizacional, bem como a de Gestão do Desenvolvimento.

 

"Precisamos de mais pesquisadores. Para se ter uma ideia da falta desses profissionais, em toda a região Norte, residem apenas dez doutores em administração. Em São Paulo, são 850 doutores em administração", aponta. Ele destaca que, ao longo da última década, teve bons alunos, que se formaram em Belém, não apenas em administração, mas em engenharia e em economia, e foram fazer doutorado em administração na região Sudeste. "O resultado é que eles acabaram não voltando. É um curso longo, e este doutorando acaba constituindo família no local", explica. O coordenador afirma que a UFPA, por exemplo, não tem mestrado na área de administração. "Só existem dois mestrados em administração na região Norte: Unama, que tem cinco anos e da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)", pontua.

Arruda comenta que as pesquisas poderão contribuir com a busca de soluções para os problemas locais. "Temos especificidades na região e por isso precisamos de mais pesquisa cientifica local. O doutorado vem de um conceito que se precisa pensar no seguinte: os casos específicos precisam ter soluções diferenciadas. Ainda há uma distância muito grande no Brasil entre as empresas, o governo e as universidades", aponta.

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