Publicado: Quarta, 16 Outubro 2013 13:46
  Fonte: Câmara notícias

 

O ensino médio não atrai e nem prepara os jovens para o mundo do trabalho ou para as universidades. Para enfrentar esse problema, a comissão especial que estuda a reformulação do ensino médio realizou um seminário nacional na Câmara.

 

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Na abertura do seminário, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, destacou que é preciso reformular o currículo e dar condições para que novos talentos se desenvolvam dentro das escolas. Uma das propostas do ministério é o projeto "Quero ser cientista, quero ser professor".

 

"Nós estamos dando 40 mil bolsas e vamos chegar a 100 mil bolsas de estudo para os estudantes de matemática, física, química e biologia que querem fazer ciência e querem ser professores. Que é uma grande deficiência nessas áreas. Então a prioridade do MEC é estimular."

O presidente da comissão especial, deputado Reginaldo Lopes, do PT de Minas Gerais, lembrou que foram realizados seminários estaduais e as propostas oferecidas nos estados e no seminário nacional serão analisadas pela comissão.

"Nós temos um enorme desafio, que é entregar para o conjunto da Câmara, para o MEC, para o povo brasileiro e em especial para o Consed, um relatório preliminar para que a gente possa iniciar com algumas propostas de curto, médio e longo prazos."

Para a presidente da Ubes, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Manuela Braga, a reformulação do ensino médio passa necessariamente por uma gestão mais democrática das escolas. Ela disse ainda que não há como impor aos jovens um currículo com até 19 disciplinas sem nenhuma relação com a realidade dos alunos, que acabam deixando a escola.

"E os que permanecem no ensino médio não conseguem se identificar, têm uma falta de identidade muito grande. Porque ele sai do ensino médio, ele não está preparado para vida, não está preparado para o mercado de trabalho. A maioria dos estudantes que saem do ensino médio leem uma redação do Enem e não conseguem interpretar, não conseguem trabalhar em cima dessa redação."

Celso Ferreti, do Centro de Estudo Educação e Sociedade, alertou para o fato de que manter um currículo básico e flexibilizar o restante das disciplinas por temas, como vem propondo algumas entidades, vai manter a segmentação observada atualmente no ensino médio.

"Corremos o risco de que na ânsia de atender à diversidade comece a se produzir currículos diferenciados para cada aluno e isso pode conduzir não à integração, mas à desintegração."

O seminário analisou o currículo, a integração profissional, a formação de professores, a infraestrutura e os instrumentos de avaliação do Ministério da Educação.

Os dados apresentados pelos participantes serão incorporados ao relatório da comissão especial que vai ser apresentado no final do mês.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Karla Alessandra.

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