Publicado: Quinta, 05 Setembro 2013 13:59
  Fonte: http://www.engenhariae.com.br/


Alta taxa de desistência na universidade provoca apagão de engenheiros

O Brasil deixou de colocar 60,3 mil engenheiros no mercado de trabalho apenas no ano de 2011. Esse foi o número de matriculados em cursos de Engenharia que abandonou as aulas ao longo da graduação. A alta taxa de evasão, de 57%, tem aumentado nos últimos anos e é um dos fatores que contribuem para o déficit de profissionais no país, principalmente no setor público.

 

Não bastasse a desistência ainda na universidade, estudos mostram que apenas 48% dos engenheiros atuam na área após formados – porcentual que chega a 80% para médicos e dentistas, por exemplo. Para entidades de classe, a evasão e a baixa atuação na área – aliadas aos tímidos salários oferecidos no setor público – demonstram que o governo federal mira no alvo errado ao sugerir a contratação de engenheiros formados no exterior para atuar nas cidades brasileiras, na linha do programa Mais Médicos.

Apesar de reconhecer que há déficit de engenheiros no mercado de trabalho, a Federação Nacional de Engenheiros (FNE) foi a primeira entidade a criticar a proposta do governo federal de trazer profissionais formados no exterior para atuar nas prefeituras. A iniciativa ainda estaria em fase de estudos e não é comentada oficialmente pelo governo.

A falta de corpo técnico especializado nas prefeituras é apontado por gestores municipais e governo federal como o principal limitador ao acesso de verbas para obras e investimentos. Sem profissionais para elaborar projetos básicos e executivos consistentes, os gestores não conseguem pleitear recursos da União.

Segundo estimativa da Federação Nacional dos Engenheiros, o mercado de trabalho precisaria de pelo menos 60 mil engenheiros por ano, levando em conta um “cenário de expansão econômica”. No entanto, em 2011, 42,8 mil engenheiros se formaram no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Deficiência

Esse déficit poderia ser eliminado com folga caso a evasão nos cursos de Engenharia diminuísse ao menos pela metade. De acordo com estudo do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação, Ciência e Tecnologia, a principal causa das desistências é a deficiência na formação básica dos estudantes em Matemática e Ciências – disciplinas que permeiam grande parte das aulas dos futuros engenheiros.

Muitos estudantes entram na faculdade e não conseguem acompanhar as disciplinas ligadas a cálculos. Aí, acabam desistindo porque não tiveram uma boa base”, resume o presidente da Federação Interestadual de Sindicato de Engenheiros (Fisenge), Carlos Roberto Bittencourt.

A dificuldade em arcar com o custo da mensalidade nas universidades privadas – onde a taxa de evasão é de 60%, contra 40% nas públicas – e a falta de experiências práticas durante os cursos também são vistos como fatores desmotivantes.

Abaixo, você confere um infográfico da Gazeta do Povo:

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