“Os nossos professores precisam falar mais do mundo real nas salas de aulas.

Trazer menos conceitos teóricos e trabalhar mais com a realidade concreta do mundo, propor mais atividades pedagógicas práticas e incentivar a realização de tarefas em que os estudantes exercitem o olhar, mas que coloquem logo em seguida mãos à obras”, diz Castro.

Para melhor explicar sua proposição, Castro recorre à simbologia das mãos. “As crianças aprendem muito mais quando os professores usam as mãos, ao invés de apenas palavras”, diz. Ele afirma que os alunos precisam trabalhar também com as próprias mãos. “Não precisa nem da utilização da tecnologia, com instrumentos simples, como papel e papelão, os estudantes aprendem mais explorando, fazendo, brincando. Com isso, os educadores conseguem revolucionar a sala de aula”, comenta.

No entanto, para que essa mudança de paradigma no ensino se realize, é preciso “reformular por completo” a maneira como se dá a formação de professores no Brasil. “Esse problema está ligado inteiramente à formação dos docentes nas nossas universidades. É uma questão relacionada à uma tradição educativa. Precisamos mudar isso para que a educação no país melhore”, fala.

Sobre a palestra

Baseado em uma série de pensadores que enfatizam a importância das mãos, Castro se fundamenta em argumentos dos filósofos gregos, bem como em Kant, nos conceitos das corporações de ofícios francesas – que defendem que o conhecimento mora na cabeça, mas entra pelas mãos -, em educadores, como Motessori, Piaget, Dewey, Papert. Castro pretende contribuir com os profissionais de educação que estarão presentes, chamando atenção para esse tipo de prática. “Não se trata de pregar ideias novas e revolucionárias, mas de pregar ideias velhas, revolucionárias”, afirma.

SalaMundo

O SalaMundo 2013, encontro realizado pelo Instituto Positivo, reúne a cada dois anos especialistas nacionais e internacionais, educadores e representantes da sociedade civil para compartilhar experiências, propor inovações e apresentar propostas para os problemas da área. Em sua primeira edição, 2011, o encontro reuniu 2.643 participantes.