Publicado: Terça, 23 Julho 2013 13:01
  Autor: Wellington Silva
  Fonte: Folha de Pernambuco

Especialista defende que escolas precisam respeitar o modo de cada estudante.


Um ambiente onde as pessoas possam desenvolver e aprimorar as múltiplas dimensões do conhecimento. Esta é uma das bases da proposta de ensino integral defendida pelo educador português José Pacheco, especialista em ciências da educação. Ontem, ele falou sobre o assunto na conferência “Educação integral em comunidades de aprendizagem”, durante o primeiro dia da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Para Pacheco, não existe um modelo ideal de ensino a ser seguido, pois cada escola precisa de uma metodologia. No entanto, ressaltou que as escolas precisam se reformular e repensar suas práticas, uma vez que cada estudante tem um modo próprio de aquisição do conhecimento. “Educação integral numa definição muito imperfeita é aquela que contempla a multidimensionalidade humana, ou seja, uma aprendizagem cognitiva, mas também efetiva, emocional, estética, ética, sócio-moral, espiritual”, explicou.

Crítico do modelo de ensino de horário integral do Brasil, o especialista acredita que não é preciso uma criança ou adolescente passar o dia inteiro em uma escola. “Educação integral manifesta-se de diferentes modos. Defendo uma educação que não é realizada em horários padrões, mas, sim, em qualquer momento e lugar, com qualquer pessoa”.

Apesar de ver com bons olhos o programa Mais Educação, do Governo Federal, ele ressalta que cada lugar tem dado sua interpretação ao projeto e aplicado à sua maneira. No Brasil há mais de dez anos, Pacheco já prestou consultoria para pelo menos 54 municípios do País. Uma das escolas fica na cidade de Cotia, em São Paulo. Lá, um dos diferenciais é que os alunos escolhem as disciplinas que vão estudar e montam seus horários.

Instituto de pesquisas será criado

Dentro da programação da 65ª Reunião Anual da SBPC, será anunciada oficialmente hoje a criação do Instituto Nacional de Pesquisas Oceanográficas e Hidroviárias. O ato acontecerá na ExpoT&C, tradicional mostra de ciência e tecnologia. Ontem, após a palestra magna “Sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação: trajetória recente e novos desafios”, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, falou sobre o instituto e ressaltou o crescimento dos investimentos da pasta na área de pesquisa. “Temos um navio de pesquisa de US$ 80 milhões em fase de compra, que deve estar aqui em setembro ou outubro do ano que vem”, adiantou.

Ainda conforme o ministro, universidades e centros de pesquisas das áreas do Instituto deverão fazer parte do conselho administrativo do local. “Era uma necessidade que vem de longe. Esse instituto vai ser estabelecido de forma que essas organizações influenciem na forma de trabalho, de pesquisa. O instituto financiaria e organizaria esse tipo de trabalho, contemplando todos os interesses, financiando diretamente. Essas atividades são caras. O Ministério tem outros navios, mas esse vai ser o maior de todos”, disse.

Wellington Silva, da Folha de Pernambuco.

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