Publicado: Segunda, 15 Julho 2013 14:14
  Fonte: Gazeta do Povo - Curitiba

Depois de pelo menos quatro anos de faculdade, nada como receber o diploma, jogar o capelo para o alto e assumir um posto de trabalho desafiante e bem remunerado naquela empresa que está na lista das melhores para se trabalhar. 

Parece o roteiro perfeito, mas não passa de um sonho para a maioria dos recém-formados. Insatisfeitas com a capacitação que os estudantes receberam na universidade, quase metade das empresas (48%) não preenchem as vagas com iniciantes no Brasil.

Do outro lado, a resposta não é muito diferente: apenas 45% dos universitários acreditam estar bem preparados para o mercado. Os dados são do estudo "Educação para o trabalho: desenhando um sistema que funcione", feito pela consultoria multinacional McKinsey & Company e divulgado pela Confederação Nacional da Indústria e pelo movimento Todos pela Educação.

"Quem sai da faculdade não está tão preparado e vai em busca de pós ou MBA. Mas isso não surte tanto efeito, pois não há troca de experiência. Como ele vai sentar e conversar com diretor-presidente de empresa se não é nem analista?"

Carlos Contar, diretor regional da consultoria Business Partners.

"Não é a faculdade que deve ensinar a prática. Os estudantes querem mais prática porque ela é mais gostosinha. Mas estudar e aprender dá muito trabalho. Se não tiver conhecimento, a prática não faz muito sentido."

Antonio Raimundo dos Santos, diretor de Educação do Isae/FGV.
Formação

Aluno inseguro deve investir no aprendizado para estar preparado

Antes de estar formada em Jornalismo, a estudante do MBA em Marketing do Isae/FGV Priscila da Costa, 29 anos, foi contratada como analista de comunicação por uma grande indústria. Mesmo sem o diploma, ela teve a chance por causa dos estágios e da experiência que tinha em atendimento ao consumidor, call center e CRM (Customer Relationship Management).

Mesmo com a boa colocação, ela continuou investindo nos estudos. "O MBA me oferece mesclar, em sala de aula, conhecimento teórico e network com grandes profissionais da área do marketing. Assim aprendo com suas experiências e tenho a possibilidade de entrar em grandes empresas", conta.

Priscila também faz parte de um programa da instituição, chamado Perspectivação, composto por 15 atividades opcionais. Fazem parte do projeto aulas de coaching, plano de desenvolvimento pessoal e um módulo sobre comunidade e aprendizagem, no qual os participantes conhecem os pilares da educação definidos pela Unesco (conhecer, fazer, conviver, ser, transformar-se e transformar a sociedade).

"Mesmo com os melhores professores, aprender é com o aluno. Ele precisa turbinar esse aprendizado. Se ele sai da graduação com pouco domínio na própria área, queremos que ele desenvolva conhecimento corporativo, crie autonomia intelectual e aprenda a pensar por si", diz o diretor de Educação, Antonio Raimundo dos Santos, que considera a iniciativa um "seguro-educação". (AC)

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