Publicado: Quarta, 04 Fevereiro 2015 10:30
  Autor: Beth Koike
  Fonte: Portal Compromisso Capinas pela Educação


Ensino a distância é alternativa para Fies

Apesar de as novas regras do Fies, financiamento estudantil do governo federal, colocarem um freio na captação de novos alunos, jogando as ações do setor de ensino para baixo na bolsa, os grupos educacionais têm outras fontes receita que não dependem de verba pública e mostram taxa robusta de expansão. A mais relevante é o ensino a distância que não depende do crédito estudantil e tem uma margem de rentabilidade bem superior em relação aos cursos de graduação presencial, modalidade elegível ao Fies. Outras fontes de receita são ensino fundamental, cursos livres e profissionalizantes e educação corporativa.

 

 

Caso as negociações entre o governo e o setor em torno das novas regras do Fies não avancem, os grupos educacionais têm como alternativa investir com mais ênfase nesses outros segmentos. “O ensino a distância é a primeira alternativa. As escolas estão investindo em currículos integrados para os cursos presenciais e a distância. O aluno que não conseguiu o Fies por causa do Enem pode, por exemplo, se matricular inicialmente no EAD, fazer outro exame e se aprovado pedir a transferência para um curso presencial”, disse Bruno Giardino, analista do Santander. Várias instituições de ensino oferecem aulas de reforço no primeiro ano do curso, o que pode contribuir para que o estudante atinja a pontuação mínima necessária no Enem.

Segundo análise da corretora do Banco do Brasil, entre as quatro companhias de ensino superior com capital aberto, a Estácio e a Kroton são as mais preparadas para atuar num possível novo cenário devido à diversificação do negócio. “A Kroton tem um forte ensino a distância e educação básica e a Estácio adquiriu a Uniseb, que conta com vários polos de EAD”, diz Gabriela Cortez, analista do BB.

Um dos pontos relevantes no segmento de educação a distância é a sua maior contribuição no lucro. Na Kroton, a margem bruta dessa modalidade de ensino ficou em quase 83% no acumulado dos nove primeiros meses de 2014. Nesse mesmo período, a margem dos cursos presenciais foi de 64%. Ou seja, a receita dos cursos presenciais é maior, porém o ensino a distância é o mais rentável, uma vez que é possível ter um maior número de alunos e diluir as despesas fixas como salário de professores, aluguel, luz e água.

Desde 2013, a Estácio vem investindo em cursos de educação corporativa e pós-graduação para diversificar o negócio. Ao contrário da maior parte do setor, uma das bandeiras do presidente da Estácio, Rogério Melzi, sempre foi evitar a forte dependência do Fies. “Continuamos com a nossa política de usar o Fies de forma responsável”, disse Melzi, recentemente.

Já a Anima e a Ser Educacional devem enfrentar mais dificuldades, uma vez que o negócio de ensino a distância ainda tem pouca representatividade em sua receita. Mas analistas lembram que a Anima é dona da HSM e pode diversificar o negócio por meio desse canal e a Ser já conta com um número relevante de alunos em cursos técnicos e tem nove polos de EAD.

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