Publicado: Segunda, 12 Janeiro 2015 09:58
  Fonte: O Globo

 

A nova educação exige que se considere a tomada de consciência sobre as necessidades específicas de cada estudante.

 

Foi divulgado na última semana o novo piso salarial para os professores de educação básica e fundamental. Como é sabido, este piso deve ser seguido por todos os estados, o que, de fato, não ocorre, em função das dificuldades financeiras dos estados e da resistência de alguns governadores.

A partir dos dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), retirados do documento “Education at a Glance 2014”, e considerando que o novo piso nacional é de R$ 1917,78, que correspondem a cerca de 10 mil dólares anuais,  verificamos que  nosso país ocupa uma das piores posições no cenário mundial.

 

Para ser ter uma idéia, a média salarial dos países da mesma OCDE é de 29 mil dólares anuais e, em países com economia bem menores que a nossa, como a Espanha, Portugal e a Grécia, alguns deles em crise há vários anos, as médias salariais anuais não são inferiores aos 18 mil dólares.

É verdade que o aumento do piso no caso brasileiro foi superior ao índice da inflação e que foi o possível, em decorrência do momento econômico que estamos vivendo. Entretanto, tais justificativas não podem servir como desculpa para não ser atingida a meta de transformar o Brasil em Pátria Educadora. É preciso ter em mente que os investimentos na educação permanente dos professores continuam a ser insuficientes e as metodologias de formação dos professores devem ir além da preparação para a transmissão dos conhecimentos básicos.

A nova educação exige que se considere a tomada de consciência sobre as necessidades específicas de cada estudante, a preparação dos jovens para o aprendizado contínuo ao longo da vida, a aquisição das competências e habilidades que permitam a inserção dos estudantes no cenário profissional, a adaptação do processo educativo aos ambientes multiculturais e a capacidade para a utilização plena das novas tecnologias de informação e de comunicação. Além disso, continuam a faltar professores de ciências, e de várias outras disciplinas, e não cuidamos da formação adequada dos gestores. Creio que será muito importante recuperar os Colégios de Aplicação, relevantes no processo de formação de professores, e relegados a um papel secundário nos últimos anos.

Ainda temos um outro problema para resolver, na medida em que a desvalorização do preço do Petróleo, hoje vendido a menos de 50 dólares o Barril, influencia o resultado da exploração de diversas reservas do pré-sal e nos obrigará a  identificar novas formas de aporte de recursos para a educação. Modelos exitosos de parcerias público-privadas poderão vir a ser uma ótima solução para promover o grande choque que a educação brasileira necessita.

A educação faz um país. (Foto: Arquivo Google)

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